O Retorno à Itália

Sublinhado

Em 1913, Frederico Selva saiu do Brasil com sua filha Republica e seu filho Constantino, que iria para Itália estudar engenharia. Junto levaram o filho de um amigo, Pascoal Simoni Filho, que também estudaria na Itália.

República Selva Gentil Minha avó Republica muito enjoada para comer e cheia de mimos, passou a viagem toda só comendo biscoitos “Champgne” e tomando champanha ou água mineral. Lá chegando também não queria comer a comida feita pelos parentes.

Ficaram lá durante 6 meses, período que aproveitaram para conhecer algumas cidades italianas. Nesta mesma época Republica ficou noiva mas, como teria que morar na Itália, desmanchou o compromisso.

Esta história me foi contada por ela, quando eu ainda era criança, mas nunca a esqueci.

Ela me dizia, também, que nunca tinha visto um lugar tão mal cheiroso como Veneza, a ponto de isso vir a influenciar minha atitude quando lá estive.

Minha avó contava que em todas as viagens que fizeram pela Itália sempre foram seguidos por agentes. A princípio não notaram, mas com o passar do tempo perceberam que estavam sendo seguidos. Isto se deu porque Frederico Selva já era cidadão brasileiro e contra o Império, que era o regime vigente na Itália em 1913.

Com a proximidade da Primeira Grande Guerra tiveram que vir embora para o Brasil, mas lá ficaram meu tio avô Constantino e seu amigo Pascoal Simoni, que com a guerra também tiveram que fugir para não ter que se alistar no exército italiano já que eram considerados italianos. Foram ajudados pela Maçonaria e fugiram vestidos de freiras.

Quando Frederico Selva chegou em Florianópolis seu primeiro comentário a Marietta foi: “Maria, ganhei o céu. Paguei todos os pecados da vida. Tua filha é uma chata mimada, tudo tem que ser como ela quer”.

Cinco anos mais tarde Constantino Selva veio a falecer de tifo, deixando minha bisavó completamente desnorteada, passando a proteger e mimar seu filho mais novo Antônio (tio Nico) a ponto de torná-lo um verdadeiro “filhinho de papai” e causando grandes problemas para a família.

Carta de Frederico Selva enviada a família na Itália em 1917.

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