Velório de Tia Augusta

Uma das coisas que mais me impressionou quando criança foi o dia em que Tia Augusta morreu. Primeiro porque foi de madrugada, quando ouvi gritos e me assustei, e em segundo porque o velório foi realizado na casa da Av. Hercílio Luz, ao lado da casa onde morávamos.

Era dia 23 de setembro de 1960 e neste dia duas filhas de tia Augusta estavam de aniversário.  O fato seria comemorado com um almoço e, como de costume, a comida já havia sido preparada com antecedência. Sendo assim, quando inesperadamente tia Augusta faleceu, muitas coisas já haviam sido feitas como bolos, tortas, sobremesas, assados e outros mais.

Tinha eu na época quase 6 anos e o fato ficou marcado em minha memória pelo inusitado. Eu não conseguia entender como as pessoas na sala choravam junto ao caixão e em seguida iam para a cozinha comer. É que lá na cozinha a “festa de aniversário” da Justina e da Fanny acontecia, isto é, a comida do aniversário estava sendo consumida, havendo até uma certa descontração em relação ao que ocorria na sala da frente. Isso me marcou para o resto da vida. Tanto que quando a Justina veio a falecer, em 3 de novembro de 1976 e falaram em velar o corpo em casa logo pedi que não fizessem isso.É que minhas lembranças com velórios em casa não eram das mais convenientes.

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